22 de julho de 2009

Franz, Superfantástico!

Não! Definitivamente não é o que, por pouco provável você poderia pensar. Não versarei sobre a banda escocesa Franz Ferdinand que se tornou uma de minhas favoritas e, coincidentemente, canta, em uma de suas diversas músicas, muito boas por sinal, o refrão Ich heiße Superphantastisch. Apesar de todo o carinho que com o tempo e, logicamente, os ouvidos criei pela supracitada banda, desejo falar-lhes um pouco soubre outro Franz, um que igualmente tem tomado uma boa parte do meu tempo e, acima de tudo, me feito refletir sobre algumas questões que passam despercebidas no cotidiano; Franz Kafka.

Franz Kafka, escritor austro-húngaro, império que atualmente corresponde à República Tcheca, foi um divisor de águas na literatura mundial, um gênio que 'metamorfoseou' tudo e todos ao seu redor, apesar de, felizmente ou infelizmente, somente ter ganhado o reconhecimento devido posteriormente ao seu falecimento. Mais uma vez não se preocupem que não me resumirei as informações superficiais que podem ser adquiridas, de modo lacônico e efêmero na Wikipedia. Venho aqui trazer a experiência que adquiri ao ler algumas de suas obras, a saber, em ordem cronológica de leitura, O Processo; A Metamorfose; O Veredito; Carta ao Pai e, ainda em processo de leitura, O Castelo.

É incrível como o autor consegue misturar o real e o imaginário, como consegue unir estes mundos que, dito obstinadamente por muitos, são inexpugnáveis, ligando o mundo ôntico e o axiológico/transcendente com uma peculiaridade e, ainda por cima, com singeleza e suavidade espantosa. Por meio da leitura é possível refletir sobre tudo, tudo mesmo. Relacionamentos; desejos; teimosia; burocracia; administração; direito; mulheres; vulgaridades, dentre outros, tudo está tão conectado à Kafka que de forma inaudita se consegue absorver de tudo, ou de quase um pouco de tudo.

A culpa que muitos carregam, ou então, quem sabe, a metamorfose que alguns sofreram ou desejam tanto sofrer, os relacionamentos familiares, a hierarquia paterna e externa, tudo amalgamado de forma sutil e viril. Em 'Carta ao Pai' visualizamos o ser do grande escritor, o ser destruído e oprimido por causa da pressão paterna e do medo e indecisão exacerbada, do medo do casamento que, conforme o próprio autor poderia atrapalhar sua maior paixão, logicamente, a literatura, da culpa que recaia sobre seus ombros e que dificultava o relacionamento com o genitor, por meio dela entendemos todas as demais obras kafkanianas, e, posteriormente, todas as outras obras se completam, tomam um sentido maior.

Talvez a razão de ter postado aqui, agora, seja a carga excessiva de leitura que me é proporcionado por férias que, até agora, tem se mostrado oscilantes, um tanto monótonas e um tanto inacreditáveis. Talvez esteja lendo muitas obras suas e, inconscientemente, de forma faminta venha e poste tudo isso como se necessitasse, como se fosse uma prescrição incumbida ao meu ser. Ou então talvez esta seja a primeira, quem sabe de muitas, dicas de leitura e de ocupação do tempo que, infelizmente, se mostra curto em demasia.

Saudações Bicolores.

2 comentários:

  1. Boas recomendações. Tenho "O Processo" aqui, porém ainda está na esperando na fila. Vou recomendar umas também: "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera; "O Livre Arbítrio" de Arthur Schopenhauer; e pra variar um pouco, "O Guia dos Mochileiros das Galáxias" de Douglas Adams.
    Fica a dica.

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  2. fiquei curiosa pra ler as obras Franz Kafka

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